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quarta-feira, 20 de abril de 2011

VAMOS CONHECER UM POUCO DOS GUPPYS

Conheça mais sobre o Guppy

Quando você compra um casal de Guppy não está sabendo, como é muito natural, a origem do macho e da fêmea. Simplesmente comprou um macho muito bonito e uma fêmea interessante. Às vezes até podem ser da mesma linhagem, o que é muito difícil de se encontrar nas lojas do mundo inteiro.
Quando, porém, for comprado diretamente de um criador, é possível você adquirir um 
verdadeiro casal da mesma linhagem e de carga genética conhecida.
Contaram a você que os Guppies se reproduzem, de tal maneira que terá de ter muitos aquários ou tanques para fazer uma seleção criteriosa para se conseguir um bom resultado ?
Contaram a você que uma única fêmea, uma vez fecundada pelo macho, dará à luz por 8 a 10 meses seguidos sem mais contato algum com o macho ?
Contaram a você que os Guppies são larvófagos por natureza e, por isso, necessitam de alimentos vivos ?
Contaram a você que os Guppies, pela sua própria origem, necessitam também de muita aeração e troca de água igual aos seus ancestrais "barrigudinhos de rio"?
Contaram a você que o Guppy de hoje é um peixe artificial e, como tal, tem que ser tratado de maneira diferenciada ?

Se não contaram nada disto, não tem a menor importância, porque agora você já sabe e conhece um pouco mais sobre este extraordinário peixe, que é o mais vendido no Brasil e no mundo inteiro. Você agora poderá valorizar melhor o Guppy e se aprofundar mais 
através da leitura de livros especializados ou através de pesquisa pela Internet.
Faça do casal que você comprou uma experiência, analisando os filhotes da primeira e segunda geração, cruzando o melhor filho com a mãe e as melhores filhas com o pai.

Depois faça cruzar entre irmãos e entre primos.

Quando você fizer esta experiência chegará às suas próprias conclusões, que não desejamos antecipar a você. Daí então, você poderá se considerar um pequeno conhecedor e o resto que falta, aprenderá com o tempo e com criadores que se propõem a passar todas 
as informações adquiridas ao longo de anos e anos, como é o nosso caso, que já os criamos 

por 55 anos seguidos.
Criar Guppy constitui um verdadeiro desafio, um "hobby" alternativo válido, além de ser uma grande higiene mental.




A hereditariedade do Guppy

O "segredo" para criação científica de animais e peixes reside nos princípios as hereditariedade estabelecidos por Gregor Mendel há mais de 100 anos. Apesar de Mendel ter baseado suas afirmações em estudos sobre ervilhas, este mesmo princípio podem ser aplicados para plantas e animais. Um dos melhores exemplos da aplicação deste princípio é a transmissão hereditária da coloração dourada do Guppy.

Quando um Guppy dourado macho acasala com uma fêmea comum cinza ou quando um Guppy dourado fêmea é acasalada por um macho comum cinza, somente são gerados filhos e filhas comuns e ambos cinza. A representação gráfica abaixo, estuda o método para a previsão dos resultados de cruzamentos entre casais que diferem em um aspecto hereditário como a coloração dourada.


Fêmea Dourada  gg 
Macho Comum  GG

Vamos estabelecer a fêmea dourada como dois g minúsculos porque o dourado, como se verá, é recessivo em relação ao cinza. Vamos estabelecer o macho cinzento com dois G maiúsculos porque o cinza é dominante em relação ao dourado. Logo, na primeira geração (F1) será:
Filhas Cinzentas  Gg
Filhos Cinzentos  Gg

Observe-se que a constituição da prole cinzenta, tanto filhos como filhas, da primeira geração é Gg o que significa que eles possuem fator hereditário ou gene, sendo um recessivo (g) e um dominante (G). Apesar do fato de ambos serem Gg, eles parece ser GG, isto é, ambos são cinza. Isto acontece porque o G é dominante em relação ao g.
Na realidade, isto significa em termos genéticos que o cinza é dominante em relação ao dourado, conforme já falamos acima. Quando dois Guppies cinzentos da primeira geração criados como irmão e irmã, Gg x Gg, as recombinações conseqüentes de suas várias possibilidades hereditárias resultam em: Os ovos ou óvulos produzidos pela irmã Gg terão um ou outro gene de cor : uma unidade hereditária G ou g. Os espermatozóides produzidos pelo irmão também terá G ou g. Como os genes G e g se combinarão para produzir os tipos de cores na segunda geração.
Deste modo, a proporção hereditária típica de 3 cinzentos para 1 dourado é demonstrada entre os membros da segunda geração. Se alguém pudesse remover as centenas de minúsculos melanóforos habitualmente presentes em uma fêmea cinzenta selvagem ou mesmo se alguém pudesse, por algum processo químico, reduzir o número de grânulos de pigmentos pretos radicalmente, este alguém teria criado uma variedade de dourados.
No entanto, desconhecemos qualquer processo químico capaz de fazer tal proeza sem matar o Guppy e nem evitar o risco de uma alteração hereditária ou mutação. O Guppy Dourado (g) mutante teve reduzido o número de melanóforos em mais ou menos 50%. Quando o número de células de pigmentação preta na pele do Guppy for reduzida à metade, as células de pigmentação amarela, que sempre estiveram lá, ficarão à mostra.
Curiosamente, os melanóforos que permanecem no Guppy dourado são ligeiramente maiores do que o tipo normal, mas sendo relativamente poucos. Eles são incapazes de esconder a coloração amarela subjacente. A cor amarela no Guppy dourado é tornada possível pela presença de muitas células amarelas que contêm uma substância semelhante à Xantina.
Quando os geneticistas de uma determinada universidade americana cruzaram um tipo selvagem de Guppy com um dourado, eles obtiveram uma prole de 257 na primeira geração, sendo todos eles cinzentos como seu pai selvagem. Aí, eles cruzaram irmão com irmã, conseguindo 230 cinzentos e 74 dourados na segunda geração. Os resultados acima convenceram os especialistas de que o Guppy dourado é recessivo simples Mendeliano.
Para a "prova dos nove" vamos fazer alguns cálculos: se somarmos os peixes obtidos na segunda geração temos : 230 + 74 = 304. Admitindo-se que a proporção ideal de 3 para 1 deveria ser alcançada na população da segunda geração, então, na base de 304 indivíduos deveria haver 228 cinzentos e 76 dourados. Se compararmos com o número esperado teoricamente de cinzentos e dourados (228 contra 76) os resultados obtidos (230 contra 74) são bastante próximos. Se o colega criador ainda não fez a experiência com o Guppy dourado, já pode fazê-lo e prever o resultado.



terça-feira, 19 de abril de 2011

VAMOS CONHECER UM POUCO DOS BETAS


        O peixe Betta, também conhecido como "peixe de briga", pertence à subordem anabantoidei (Integrated Taxonomic Information System – ITIS, 2006). É originário da Ásia (Tailândia, Indonésia, Vietnã, China e outros), sendo seu habitat natural as regiões alagadiças com águas estagnadas e pobres em oxigênio, como brejos, pântanos e campos de plantação de arroz.
A origem do seu nome vem da associação com uma tribo guerreira, os Ikan Bettah, a qual dominava as regiões do antigo Sião, onde os guerreiros eram chamados de Bettahs. A relação com os antigos guerreiros é evidente, uma vez que o Betta é um peixe bastante territorialista, tornando-se violento quando em contato com outros machos da mesma espécie.
Em 1874, foram introduzidos na Europa (França) e, em 1910, nos Estados Unidos (Goldstein, 2004; Aquaworld, 2006) onde o ictiologista C.Tate Regan o denominou de Betta splendens. Os peixes importados tanto na Europa quanto na América do Norte eram de espécies selvagens, os quais apresentavam uma coloração discreta e menor tamanho. As variações de cores e tamanhos existentes nos dias atuais foram conseguidas a partir do trabalho de aquaristas e produtores.
As linhagens comerciais atualmente encontradas são o resultado de uma longa seleção feita por criadores visando a dois aspectos distintos: a produção de peixes com características fenotípicas desejáveis, como belas nadadeiras e corpo colorido com reflexos metálicos e iridescentes, e a criação de peixes mais agressivos para serem utilizados em torneios de luta (mais comuns no Sudeste Asiático), sendo que esses últimos normalmente apresentam nadadeiras curtas e são de maior tamanho.
Atualmente, no Brasil, além do aquarismo convencional, essa espécie tem sido utilizada como controle biológico de mosquitos, como os das espécies Aedes aegypti, no Ceará, e o da Culex quinquefasciatus em Pernambuco (Pamplona et al., 2004).